domingo, 23 de outubro de 2011

Isostasia e os Glaciares

     A teoria da isostasia às hipóteses que procuram interpretar as compensações que ocorrem em profundidade dos relevos superficiais em função do seu peso (densidade).
    A partir de determinada profundidade (50 a 100 km), no manto superior, a temperatura é suficiente para haver um comportamento plástico dos materiais constituintes dessa zona e o material crustal mais rígido (a crusta continental e a crusta oceânica) "flutua" sobre o material plástico - nível de compensação isostático.

   É conhecido que no passado a Terra atravessou um conjunto de períodos de glaciação. Esses períodos foram caracterizados por grandes alterações climáticas fazendo com que a temperatura do planeta desce-se para níveis baixíssimos, sendo que por consequência houve um grande aumento das calotas polares. O crescimento das calotes polares causa dois fenómenos simultâneos: decréscimo global do nível do mar e sobrecarga das áreas continentais por extensões de dezenas de quilómetros por um manto de gelo que pode chegar a alguns poucos quilómetros de espessura.
  As variações do nível do mar ou mudanças glacio-eustáticas acontecem instantaneamente, uma vez são uma resposta directa a quanto de água fica retida nos continentes na forma de gelo e neve. Já o equilíbrio isostático ocorre mais lentamente. isso porque depende do fluxo de material na astenosfera, que é lento uma vez que envolve material dominantemente sólido. A teoria da isostasia mostra que existe um equilíbrio isostático da litosfera sobre a astenosfera, reflectido pelas altitudes relativas dos diversos segmentos da litosfera, dependendo de sua espessura e densidade do material que a compõe.
   Assim, quando ocorre um período de glaciação, o nível do mar desce rapidamente, mas a litosfera permanece “elevada” por um tempo, antes de começar a também ela a descer por causa do peso do gelo. Se a litosfera desce a mesma quantidade que a diminuição do nível do mar, parecerá não te havido nenhum movimento relativo deste.



   Um exemplo actual é observado na Escandinávia. Após o último período de deglaciação (10.000 anos), o nível do mar elevou-se rapidamente. Mas a Escandinávia, que esteve recoberta por uma camada de gelo continua soerguendo até hoje, segundo uma taxa média de 1 cm/ano.
    Além de afectar o equilíbrio isostático do local, o aparecimento  e desaparecimento de glaciares pode também afectar o equilíbrio isostático de regiões mais afastadas. Isso porque o rebaixamento se dá por escape lateral de material astenosférico, causando soerguimento de regiões adjacentes. O refluxo do material astenosférico que ocorre com a retirada da geleira promove o rebaixamento dessa região. Isso acontece na Holanda, que acredita-se estar “afundar” em virtude do soerguimento da Escandinávia. 

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